quinta-feira, 4 de março de 2010

Correntes de Vanguarda


Correntes de Vanguarda


Futurismo, Cubismo, Expressionismo, Dadaísmo,Surrealismo entre outros.

No último quartel do século XIX, o gosto artístico dominante entendia a obra de arte como uma cópia fiel da realidade, de características realistas e naturalistas herdadas da época do Renascimento, e com uma tridimensionalidade que lhe dava a sensação de volume.
Ao iniciarem-se os anos de 1900, a Europa suporta a herança do final do século XIX, caracterizada por duas situações antagônicas mas complementares: uma Europa exagerada diante do progresso industrial e dos avanços técnicos e científicos como a eletricidade, por exemplo, e, por outro lado, as conseqüências desse avanço do processo burguês e industrial - uma disputa cada vez mais acirrada pelos mercados fornecedores e consumidores, o que resultaria na Primeira Guerra Mundial. É assim que, contrastando com o clima eufórico da burguesia, vamos encontrar todo o pessimismo característico do fim do século, representado pelo decadentismo simbolista.

Essa contradição gera um clima de efervescência artística, resultando no aparecimento de várias tendências preocupadas com uma nova interpretação da realidade. A essa multiplicidade de tendências, os vários ismos - Fauvismo, Cubismo, Abstracionismo, Expressionismo, Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo - convencionou-se chamar Vanguardas Européias.
Nas primeiras décadas do século XX, jovens artistas afluem a Paris, rejeitando a arte tradicional e o seu academismo e propondo uma série de objetivos e caminhos que nunca antes tinham sido tentados. Cativados pelo turbilhão de inovações tecnológicas que caracterizam os inícios do século, marcados pela massificação da vida urbana ou pela catastrófica Guerra Mundial, os artistas deste período procuram um corte absoluto com o passado, com a moral burguesa, com a tradição academista, burguesa e conservadora da arte. Dá-se uma autêntica explosão de movimentos de vanguarda, em que a obra de arte ganha autonomia face à realidade. Liberta da sua função de representar a realidade, papel que passa a ser desempenhado pela fotografia, a pintura liberta-se e torna-se a expressão dos sentimentos do artista, que cria arte pelo puro prazer estético ou como forma de intervenção social. De características puramente racionais ou emotivas, estas correntes de vanguarda caracterizam-se:
- Pelo pendor antitradicionalista e antiacademista;
- Pela libertação em relação à realidade;
- Pela criatividade e subjetividade;
- Pelo fim da perspectiva tridimensional herdada do Renascimento e pela criação de um espaço intelectualizado, regressando-se à bi dimensionalidade;
- Pela união entre todas as artes, incluindo as consideradas, até então, menores, conduzindo ao design;
- Pela independência em relação ao gosto do público, sendo, por isso, apanágio de uma elite de intelectuais

Expressionismo

Dadaísmo



































Futurismo Surrealismo













Cubismo





Futurismo

O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909com a publicação do Manifesto Fut
urista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralis



mo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.




Cubismo



O Cubismo é um movimento artístico que ocorreu entre 1907 e 1914, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque.
O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.
O movimento cubista evoluiu constantemente em três fases:
Fase cezannista ou cezaniana entre 1907 e 1909 -
Fase analítica ou hermética entre 1909 a 1912 - que se caracterizava pela desestruturação da obra, pela decomposição de suas partes constitutivas;
Fase sintética (contendo a experimentação das colagens) - foi uma reação ao cubismo analítico, que tentava tornar as figuras novamente reconhecíveis, como colando pequenos pedaços de jornal e letras.
Desta última fase decorrem dois movimentos:
Orfismo
Secção de Ouro
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
geometrização das formas e volumes;
renúncia à perspectiva;
o claro-escuro perde sua função;
representação do volume colorido sobre superfícies planas;
sensação de pintura escultórica;
cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza,
por um ocre apagado
ou um castanho suave.





Expressionismo



O expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva.
O expressionismo plasmou-se num grande número de campos: artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança, fotografia, etc. A sua primeira manifestação foi no terreno da pintura, ao mesmo tempo que o fauvismo francês, fato que tornaria ambos movimentos artísticos nos primeiros expoentes das chamadas "vanguardas históricas". Mais que um estilo com características próprias comuns foi um movimento heterogêneo, uma atitude e uma forma de entender a arte que aglutinou diversos artistas de tendências diversas e diferente formação e nível intelectual. Surgido como reação ao impressionismo, frente ao naturalismo e o caráter positivista deste movimento de finais do século XIX os expressionistas defendiam uma arte mais pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista –a "expressão"– frente à plasmarão da realidade –a "impressão"–.
O expressionismo acostuma ser entendido como a deformação da realidade para expressar mais subjetivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão dos sentimentos mais que à descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo é extrapolável a qualquer época e espaço geográfico. Assim, com freqüência qualificou-se de expressionista a obra de diversos autores como Matthias Grünewald, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya. Alguns historiadores, para o distinguir, escrevem "expressionismo" –em minúsculas– como termo genérico e "Expressionismo" –em maiúsculas– para o movimento alemão. O Expressionismo distingue-se do Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Guarda, porém, com o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-"Romantismo" do mundo.
Com as suas cores violentas e a sua temática de solidão e de miséria, o expressionismo refletiu a amargura que invadia os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha pré-bélica, bem como da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do período entre- guerras (1918-1939). Essa amargura provocou um desejo veemente de cambiar a vida, de buscar novas dimensões à imaginação e de renovar as linguagens artísticas.




Dadaísmo


O movimento Dada (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna iniciada em Zurique, em 1916, no chamado Cabaret Voltaire, por um grupo de escritores e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão e que era liderado por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.
Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar esta idéia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre a mesma. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial. Em poucos anos, o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris.



Surrealismo


O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primeiramente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema
.




Semana da Arte Moderna


Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal.
Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e escultura, poesia e literatura e música.
O presidente do Estado de São Paulo, da época, Dr. Washington Luís apoiou o movimento, especialmente através de Rene Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro, Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras
sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral entre outros.



Acontecimentos que marcaram o ano de 1922


6 de Fevereiro - O cardeal Achille Ratti se torna o papa Pio XI, sucedendo o Papa Bento XV.
11 a 18 de fevereiro - Semana de Arte Moderna, que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, da qual participaram nomes como Mário de Andrade; Oswald de Andrade; Anita Malfatti; Victor Brecheret, entre outros.
15 de Fevereiro - Primeira sessão do Tribunal Permanente de Justiça Internacional, precursor do Tribunal Penal Internacional.
15 de abril - 10 anos do naufrágio do luxuoso navio RMS Titanic .
1 de Março - Artur Bernardes e Urbano dos Santos são eleitos presidente e vice-presidente da República, respectivamente.
25 de Março - Fundado em Niterói o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
7 de maio - Morre Urbano dos Santos vice-presidente eleito da República.
17 de Junho -Chegada de Gago Coutinho e Sacadura Cabral ao Rio de Janeiro como meta para a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
3 de Julho - Prisão do Marechal Hermes da Fonseca presidente do Clube Militar e ex-presidente da República.
5 de Julho - Levantes na Vila Militar, Escola Militar e Forte de Copacabana. Marcha de revoltosos do forte pela praia de Copacabana, em episódio conhecido como os "18 do Forte".
6 de Setembro - Oficializada a letra do Hino Nacional Brasileiro, composta por Osório Duque Estrada.
15 de Novembro - Posse de Artur Bernardes como presidente da República do Brasil.
25 de Novembro - Borges de Medeiros é reeleito presidente do Rio Grande do Sul
30 de Dezembro - Formação da União Soviética (URSS).
Setembro - Inauguração da Exposição Internacional de 1922, no Rio de Janeiro, da qual participaram vários países como: Argentina, Bélgica, México, Noruega, Japão.
José Sánchez Guerra y Martínez substitui Antonio Maura y Montaner como presidente do governo de Espanha.
Manuel García Preto substitui José Sánchez Guerra y Martínez como presidente do governo de Espanha.
Extinção dos leões do norte da África, com o último indivíduo abatido nos montes Atlas, no Marrocos.
Extinção do Tigre siberiano da Coréia do Sul[1].
28 de Fevereiro -Egito se torna independente.